Cohab faz mutirão para reduzir alta taxa de inadimplência

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) faz um mutirão para regularizar situações de inadimplência nos conjuntos com as maiores taxas de atraso no pagamento das parcelas dos imóveis.

A intenção é regularizar a situação dos moradores, oferecendo opções para renegociação da dívida, e recuperar financeiramente a Cohab, que na condição em que foi deixada pela gestão passada precisa com urgência receber os valores devidos.

A inadimplência de mutuários da Cohab chega a 40% dos contratos. O índice representa R$ 33 milhões em prestações atrasadas. “O mutirão identifica os motivos da falta de pagamento e oferece boas condições para a renegociação da dívida. É um montante muito alto que deixa de entrar no caixa da companhia, o que prejudica o seu bom funcionamento”, explica o presidente da Cohab, José Lupion Neto.

Nesta quarta-feira (08/03), a equipe de técnicos da Cohab esteve no conjunto Moradias União Ferroviária, no Cajuru, onde a inadimplência chega perto dos 60%. Na última sexta-feira (03/03) foi a vez do Moradias Corbélia, na CIC, cujas prestações em atraso ultrapassam os 50%. Anteriormente foi visitado o Moradias Jandaia, no Ganchinho, onde 48% dos moradores estão com dívidas junto à Cohab.

O comerciante e líder comunitário Gilmar de Almeida, 34 anos, mora há cinco no Moradias Corbélia, onde foi reassentado após viver por duas décadas em situação precária nas margens do Rio Barigui. Visitado pela equipe da Cohab, ele afirmou que teve problemas com o recebimento dos boletos e por isso ficou inadimplente, mas pretende regularizar a situação o quanto antes.

“É muito importante manter as prestações em dia. Os moradores precisam cumprir com seus pagamentos, pois uma oportunidade como esta não vai aparecer novamente. A casa é o bem mais precioso de uma família”, ressalta.

A dona de casa Sandra Mara mora há cinco anos, com o marido e dois filhos no conjunto Moradias Jandaia, para onde foi transferida após viver em área de risco na Vila 23 de Agosto, no Sítio Cercado. Após assinar o contrato de aquisição da casa, ela pagou as cinco primeiras prestações e entrou em dificuldades financeiras.

“Meu marido ficou desempregado e não demos conta de continuar pagando as parcelas. Graças a Deus ele conseguiu um novo emprego e agora, depois da visita da Cohab, conseguimos renegociar a dívida. Ficou bom para pagar e vamos fazer de tudo para honrar nosso compromisso.”, afirma.