Missa da Paz leva mais de 500 fieis ao Morro do Samambaia em Quatro Barras

A tradicional missa do 1º de maio levou mais de 500 cristãos ao Morro do Samambaia para rezar pela paz. Há mais de setenta anos cristãos do município e convidados de paróquias vizinhas se reúnem na montanha para a celebração.

O costume de subir o morro e rezar pela paz mundial remonta à década de 40 e 50 por causa da Segunda Guerra. Os padres da época convidaram os fieis para subir a montanha e rezar pelo fim do conflito que já havia ceifado milhares de vidas, inclusive de pracinhas brasileiros que foram à guerra.

O padre Reginaldo Antônio da Silva, formador do Seminário Pio XII, rezou a missa pela primeira vez. Emocionado ele disse que a montanha tem significado para o cristão. “Para os cristãos, a montanha tem um significado muito profundo. Foi no sermão da montanha que Jesus nos ensinou uma de suas maiores lições. Estar aqui é um ato de fé. É estar mais perto de Deus”, disse o padre. O sacerdote disse ainda que todo cristão deve ser um mensageiro da paz. “É dever de todo cristão cultivar a paz. A paz é uma conquista. Que possamos semear a paz em nossas famílias, cidades, país e no mundo. Precisamos ter consciência da paz”, finalizou.

O prefeito Angelo Andreatta (Lara) participou da missa com a família. Ele fez questão de lembrar que a tradição começou ainda na década de 50 e que até hoje é mantida pelos fieis. “Que saiamos daqui carregados de paz, de verdadeira paz. Devemos rezar e pedir paz para aqueles que estão a nossa volta e que precisam de nós, também por quem está distante vivendo em conflitos como a Síria”, disse Lara.

A servidora pública aposentada, Terezinha de Jesus Veloso, de 70 anos, sobe o morro há mais de trinta anos. Ela diz que enquanto tiver saúde subirá à montanha para rezar. Terezinha é voluntária nas obras sociais da igreja e faz questão de prestigiar o evento. “Enquanto Deus me der saúde eu estarei aqui. É um compromisso com Deus e com a Virgem Maria. Em tempos de tantos conflitos devemos intensificar nossas orações pela paz”, refletiu Terezinha.

Já a catarinense Marlene Gregório Delfino, de 60 anos, veio de Criciúma especialmente para a missa. “Meu irmão Vanderlei Delfino e minha cunhada Albertina que vivem aqui me convidaram e eu aceitei. É sacrificado, mas significa muito para nós cristãos. Se tiver saúde ano que vem estarei de volta”, disse.

Organização

As secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura trabalharam junto com o Instituto Ambiental do Paraná, (IAP) para garantir a limpeza da trilha. As ações incluíram roçadas, contenção de erosão e a colocação de degraus em trechos mais íngremes, além de saibro na estrada que dá acesso ao morro. No dia da missa a prefeitura disponibilizou tendas de apoio e banheiros químicos.

Dezenas de profissionais das secretarias de Ordem Pública (Guarda Municipal), Defesa Civil, Meio Ambiente e Saúde deram suporte para a realização do evento, assim como equipes do Corpo de Bombeiros, Polícias Ambiental e Polícia Militar.

O secretário de Meio Ambiente, Ezequiel Zatoni Mocelin, organizou os trabalhos que antecederam a data e também no dia da missa. “Mais de trinta profissionais e estagiários trabalharam nas semanas anteriores e no dia da missa. Equipes de limpeza da trilha, roçadas, e pessoas que ajudaram nos cadastro tornaram tudo isso possível”, comentou Ezequiel. Ele disse que todos os envolvidos trabalham com alegria para manter a tradição. “Podemos dizer que mais uma vez a missão foi cumprida e a tradição mantida. Ano que vem estaremos aqui e faremos ainda melhor”, concluiu.