Abstenção de Goura é determinante para manutenção de aposentadorias milionárias de Richa e Requião

O deputado estadual Jorge Brandt, conhecido como Goura, foi na contramão do que pregou nos últimos anos na Câmara de Curitiba e agora como Assembleia Legislativa do Paraná contribuindo para manutenção das aposentadorias e pensões milionárias para ex-governadores e viúvas no estado do Paraná.

 No dia da importante votação da emenda para acabar com a aposentadoria de ex-governadores, desejo claro da população paranaense, Goura amarelou e fez como Pilatos, sem decisão e optou pela pífia abstenção, o que foi decisivo para que as aposentadorias dos ex-governadores permaneçam.

Em cima do muro

Ficar em cima do muro custou caro para os cofres públicos do estado e o molho custou mais caro que o peixe, pois para que fosse aprovado o fim da aposentadoria dos ex-governadores, seria necessário quórum especial de 3/5 dos deputados, ou seja maioria absoluta.

Opção de Goura beneficiou Richa e Requião

Dessa forma, a amarelada de Goura foi decisiva para que a cada três meses saiam dos cofres públicos R$ 1 milhão para as aposentadorias de oito ex-governadores e duas viúvas. Só a família Richa tem direito a duas. A aposentadoria de Beto Richa, preso três vezes por atos de corrupção no âmbito das Operações Lava Jato, Quadro Negro e Rádio Patrulha e também da mãe de Beto, que recebe a pensão do ex-governador José Richa, além do aliado de Goura, Roberto Requião. Esse episódio, sem dúvida, coloca em xeque o posicionamento do deputado, que historicamente votou contra esses privilégios, mas em seu primeiro teste de fogo, quando envolveu um colega da esquerda, no caso Roberto Requião, pai do colega de Goura na Casa de leis, mudou a forma de votar e até mesma a forma ácida de criticar, lembrando o ditado: Aos amigos a Lei, aos inimigos, o rigor dela.  

Outro Lado

Procurado pela reportagem, o deputado Goura disse que votou “favoravelmente à PEC que determinou a extinção das “aposentadorias”, na verdade uma verba de representação, aos futuros ex-governadores. No entanto, a retirada dos benefícios já concedidos aos atuais ex-governadores, proposta por emenda, teria sua segurança jurídica comprometida, qualquer que fosse a decisão da Assembleia Legislativa”.

O deputado disse ainda que “Isso porque o tema das “aposentadorias” ainda será objeto de deliberação definitiva da Justiça. No caso, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, nos abstivemos de votar na emenda e votamos a favor da PEC”.