Prevenção é a estratégia para conter uso de entorpecentes

Reforçar as ações de prevenção ao uso de drogas nas escolas, e a criação e capacitação de conselhos municipais para ajudar na difusão de informações sobre iniciativas nesta área estão entre os principais projetos do Departamento Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas (DEPSD). Além disso, está sendo preparada a corrida temática Fuja Desta Droga.

Ligado à Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, criado em 2015, o departamento, junto com os conselhos, atua para conter o avanço da drogadição no Paraná, com ações de prevenção e conscientização sobre os malefícios do uso de entorpecentes.

É esse departamento que organiza a campanha Junho Paraná Sem Drogas. Lançada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior no último dia 4, a campanha dedica o mês a ações de orientação e conscientização no Estado. “O combate às drogas não é preocupação apenas de uma pessoa ou entidade. Toda a sociedade deve estar preocupada em preparar uma geração mais saudável e, acima de tudo, mais preparada para os desafios”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior, na solenidade de lançamento.

O delegado Renato Bastos Figueiroa, diretor do DEPSD, explica que o Paraná conta atualmente com um conselho estadual e 96 conselhos municipais. Há 24 em criação. Eles atuam na política pública estadual sobre drogas, nas áreas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas, que causem dependência física e psíquica, com consequentes danos biopsicossociais.

“A droga é problema muito mais social do que policial, por isso a necessidade de investir em campanhas de orientação. É uma questão que tem de ser enfrentada pelo Estado e a sociedade, e a prevenção é o melhor caminho”, ressalta Figueiroa. O alarme soou mais forte no ano passado, quando o número de internamentos causados pela drogadição (5.928) ultrapassou o de alcoolistas (4.992), invertendo uma curva histórica do Paraná, refletindo uma tendência nacional. O levantamento é do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para combater o avanço é necessário investimento. De acordo com a Secretaria da Saúde do Paraná, o Estado gastou em torno de R$ 52 milhões com tratamento de dependentes químicos em 2018. Para ajudar na capitalização, o Departamento de Políticas Públicas sobre Drogas busca parceria com a Secretaria Nacional de Drogas (Senad).

A ideia é que o órgão estadual fique encarregado da alienação dos bens móveis apreendidos no Paraná, que hoje ficam para a União. “Traficantes condenados, em que a ação penal terminou, perdem seus bens para a União. O que estamos pleiteando é que os bens apreendidos no Paraná possam ser leiloados aqui para arrecadar dinheiro e aplicar em campanhas de prevenção no próprio Estado”, explica o diretor do DEPSD.

CENTRO INTEGRADO SOCIAL

Outra ação importante do departamento é o Centro Integrado Social (CIS), que junta vários municípios de uma mesma região, com o objetivo de reunir e fazer com que entidades que lidam diariamente com dependentes químicos trabalhem em conjunto, facilitando a comunicação com o departamento.

Atualmente, existem dois centros no Estado: um em Ponta Grossa, que inclui 19 municípios dos Campos Gerais, e outro em Colombo que abrange os 27 municípios da Região Metropolitana de Curitiba.

“Entendemos que isso é um avanço na solução também de diversos conflitos sociais, dentre eles o da violência urbana. A drogadição é um problema complexo e a melhor forma de tratá-la é a soma de esforços das várias entidades envolvidas no Conesd”, afirmou Figueiroa.