Mesmo com economia de 46,6 bilhões de litros é necessário manter rodízio na RMC
As ações de incremento às barragens com captações emergenciais e a economia gerada pelo rodízio e pela população permitiram que a Sanepar armazenasse 46,6 bilhões de litros de água desde o início do rodízio, em março do ano passado. Esse volume foi fundamental para enfrentar a escassez hídrica e atender as quase 3,5 milhões de pessoas abastecidas pelo Sistema de Água Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) durante 72 dias.
Com projeções meteorológicas que indicam o prolongamento da estiagem severa até o próximo inverno, a Sanepar continua seguindo o Protocolo de Gestão de Crise. Uma das bases dessa projeção é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que confirma as previsões de outros organismos e aponta nos próximos meses para um cenário com chuvas abaixo da média como reflexo dos efeitos do La Niña.
O registro hídrico de fevereiro já dá sinais do agravamento da crise. As chuvas que ocorreram na Região Metropolitana de Curitiba nos primeiros 15 dias do mês estão abaixo da média histórica. Nos últimos 12 anos, a média para fevereiro foi de 145,8 milímetros, segundo dados do Inmet. Nesta primeira quinzena as chuvas somaram apenas 27,4 milímetros. Para recuperar a média, os últimos 10 dias restantes deveriam ter um volume de chuvas de 18,4 milímetros, índice pouco provável no atual cenário.
A irregularidade e o baixo volume marcaram o comportamento das chuvas em fevereiro até agora, fazendo com que o nível dos reservatórios oscilasse pouco, como aconteceu entre o dia 10, que estava em 48,31%, chegando a 48,89% no dia 16. Em seguida, no dia 17, leve queda para 48,79% e novamente baixando para 48,64% na quinta-feira (18/02).
“Infelizmente, os prognósticos apontam para a necessidade de manutenção do rodízio, até para assegurar níveis mínimos de reservação para os próximos meses. Somente se chegarmos a 60% a Sanepar irá analisar se há condições de alterar o modelo do rodízio, que hoje é de 36 horas com água e 36 horas sem água, ou até mesmo suspendê-lo”, afirma o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Companhia, Julio Gonchorosky.