Governo estimula ciclo de industrialização de alimentos

O governador Carlos Massa Ratinho Junior defendeu nesta terça-feira (27), na abertura do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), em São Paulo, que o Brasil deve reforçar a imagem de grande produtor global de alimentos e reafirmou a necessidade da industrialização da produção agropecuária para agregar mais valor aos produtos do campo.

Ele destacou que o Governo do Paraná trabalha para que o Estado alcance um novo ciclo de industrialização, com foco na produção agrícola, que seja capaz de atender a crescente demanda mundial por alimentos. Ele falou da vocação paranaense para o agronegócio e de investimentos a médio e longo prazo em infraestrutura e tecnologia (agritech) para incentivar ainda mais a produção e manipulação de proteína animal e de grãos.

Segundo o governador, os grandes países deram saltos qualitativos nas áreas econômica e social quando entenderam a sua vocação e concentraram esforços para atingir determinadas metas. O Paraná e o Brasil, comparou Ratinho Junior, têm como matriz um agronegócio pujante e precisam apostar na robustez dessa produção para acelerar o seu desenvolvimento.

“O Brasil tem como vocação produzir alimentos para o mundo”, afirmou. “A falta de alimento será o grande problema do planeta em breve. Temos sete bilhões de pessoas, e em 2050 serão nove bilhões. A China logo terá pelo menos meio bilhão de idosos para alimentar”.

PARANÁ

O governador ainda ressaltou que o Paraná tem 2,3% da área nacional plantada (sistema agrícola) e nesse espaço produz cerca de 17% dos grãos do País, além de possuir a segunda maior bacia leiteira, liderar a produção de proteína animal (frango, suíno e bovino), os índices de exportação de frango e estar entre os maiores produtores de suínos do País.

“Estamos construindo a partir desse grande potencial, dessa grande rede, a nossa vocação. Agora, a estratégia é fazer com que toda essa produção passe por um processo de industrialização. Queremos exportar de forma industrializada porque isso gera emprego e também arrecadação de impostos”, complementou Ratinho Junior. “Temos vocação no cooperativismo e nos preparamos para ser uma central logística da América do Sul, com corredores modernos nas malhas viária, ferroviária e aérea”.

O governador também destacou que o País precisa perder o medo de mostrar essa vocação, de expor esse potencial, mesmo diante de um jogo de forças geopolítico cada vez mais acirrado. “Nós fazemos a nossa parte, conservamos 60% do território em matas virgens, conservamos as matas ciliares e as bacias hidrográficas, temos consumido e apostado em energias renováveis. O mundo precisa saber, diante desse quadro, que nós somos a maior potência alimentícia do planeta”, complementou.

ÁREA LIVRE

O governador disse que o Paraná modernizou todo o seu sistema de inspeção e vigilância para alcançar o status de área livre de febre aftosa sem vacinação num futuro próximo. Ainda neste ano o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai declarar o Estado livre de febre aftosa sem vacinação e depois disso a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) deve chancelar o novo status, em maio de 2021.

Esse ambiente sanitário permitirá ao Paraná dobrar as exportações de carne suína, por exemplo, das atuais 107 mil toneladas para 200 mil toneladas por ano. Isso pode acontecer em caso de o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária.

SIAVS

A Siavs reúne 170 expositores e é a maior feira da cadeia produtiva de aves e suínos do País. São pelo menos 37 agroindústrias exportadoras de aves, ovos, material genético e de suínos. São aguardados 1,6 mil produtores rurais e 15 mil visitantes de mais de 50 países até a próxima quinta-feira (29).

Estiveram presentes na abertura da feira a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; os governadores Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), Romeu Zema (MG), Reinaldo Azambuja (MS), Ronaldo Caiado (GO), João Dória (SP) e Renato Casagrande (ES); além de Marcos Prado Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.