Famílias atingidas pela chuva recebem 25 toneladas de alimentos da Ceasa Curitiba
O sorriso escancarado e os recorrentes agradecimentos da dona de casa Silvana Marques de Oliveira, de 27 anos, mostram a felicidade de quem vai ter a certeza de colocar comida saudável na mesa da família pelos próximos dias. Ela, o marido, ambos desempregados, e as duas filhas pequenas formam uma das 150 famílias atingidas pelas fortes chuvas em Irati, na Região Centro-Sul, no começo da semana passada e que foram beneficiadas nesta sexta-feira (29) por uma parcela das 25 toneladas de alimentos doadas por permissionários atacadistas e produtores da Ceasa Curitiba.
A ação é uma iniciativa da Superintendência Geral de Ação Solidária e da presidente do Conselho de Ação Solidária e primeira-dama do Paraná Luciana Saito Massa; do Banco de Alimentos do Governo do Estado e do sindicato que representa a categoria, com apoio da Defesa Civil do Paraná.
“Entrou muita água pelo assoalho. Perdemos os colchões e parte dos alimentos. Um susto grande. Vamos recomeçar com a ajuda que estamos recebendo. Minhas filhas adoram esse tipo de alimento, como banana e batata", destacou Silvana.
A primeira-dama Luciana Saito Massa explicou que a cesta é formada por frutas, legumes e verduras arrecadados entre empresários que administram boxes na Ceasa de Curitiba e também de produtos que compõem o Banco de Alimentos do Estado, programa de reaproveitamento alimentar da Secretaria da Agricultura e Abastecimento.
Segundo ela, além de Irati, as cestas foram encaminhadas para famílias do Litoral do Paraná e entidades beneficentes de Curitiba e Região Metropolitana. “Muitas famílias estão precisando de ajuda porque foram afetadas pelas chuvas de janeiro. A solidariedade desses agricultores e empresários faz toda a diferença neste momento”, afirmou Luciana. “Eu sempre digo que o Paraná é um estado produtor de alimentos, mas também solidário. Que sabe distribuir e dividir com quem mais precisa", acrescentou.
Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara destacou que a ação reforça o olhar social do Governo do Estado que, com a colaboração da iniciativa privada, consegue amenizar a necessidade daquela parcela mais vulnerável da população. “Socorrer sempre é importante. Socorrer em situações adversas como essa se torna ainda mais importante. É mão amiga e atenta do Estado liderado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior”, ressaltou.
CHUVA FORTE
A chuva forte que atingiu Irati no dia 18 deste mês prejudicou cerca de 70 famílias. De acordo com a prefeita em exercício do município, Ieda Waydzik, em 40 minutos foram cerca de 130 mm de precipitação. “As águas desceram dos morros e atingiram o centro da cidade. As bocas de lobo também não venceram. Foi uma chuva muito volumosa, que acabou por deixar algumas famílias sem nada", contou.
Dona Angelina Letícia Carvalho de Souza, 37 anos, quase viu sua casa vir abaixo com a chuva. Perdeu muita coisa, de objetos pessoais ao pequeno estoque de comida. “Tudo muito difícil. Tem quase um mês que não comemos salada, então essa cesta vem em boa hora. E que bom que essa ajuda está chegando depressa para as famílias”, disse.
Desempregada e mãe de três filhos, ela mora na parte dos fundos do terreno da mãe, a dona de casa Noemia Carvalho de Souza, de 72 anos. A família vive em litígio com o INSS em busca de uma aposentadoria para a dona Noemia. Porém, o processo, contam, não tem data para ser finalizado. Até lá, qualquer apoio é bem-vindo.
“Quando chove muito forte, o Rio transborda. Aí vem muita água com lama para dentro de casa e acaba com as minhas coisas. Está tudo podre lá em casa”, afirmou. “Nesse momento não tenho nada de verdura em casa, uma alimentação saudável que veio na hora certa”.
Para Irati foi destinada cerca de seis toneladas de alimentos.
LOGÍSTICA
A distribuição contou com o apoio logístico da Defesa Civil do Paraná. O órgão se encarregou do transporte de parte das mercadorias, especialmente naqueles lugares com difícil acesso. “Usamos até barcos para chegar em locais em que a estrada estava intransponível, como em Guaraqueçaba, no Litoral", disse o coordenador do órgão, Fernando Schünig.
Ele lembrou que essa é a segunda operação de ajuda encabeçada pela Defesa Civil para as vítimas da chuva somente nesta semana. Para Irati, destacou, foram 190 cestas básicas, 152 colchões, 152 kits dormitório, 152 kits limpeza e 152 kits higiene.
Guaraqueçaba recebeu lonas, álcool gel e caixas de água, além de 200 cestas básicas e outras 25 toneladas de arrecadações em uma ação da Polícia Civil.
“É uma iniciativa que busca amenizar e ajudar um pouco as famílias mais carentes do Paraná, muitas delas bastante prejudicadas pelas chuvas”, afirmou Schünig.
BANCO DE ALIMENTOS
O Banco de Alimentos da Ceasa de Curitiba beneficia cerca de 100 mil pessoas mensalmente, se transformando em um grande aliado para garantir a segurança alimentar da população vulnerável, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus.
Há Bancos de Alimentos também nas outras unidades atacadistas da Ceasa, onde a distribuição é feita em parceria com as prefeituras de Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.
O programa funciona em parceria com produtores e permissionários. Produtos sem padrão de comercialização, mas em boas condições de consumo, são coletados e repassados a instituições sociais e a famílias que moram no entorno das unidades.
Sem esta ação liderada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, toneladas de alimentos que compõem a mesa dessas pessoas seriam desperdiçados e acabariam nos aterros sanitários.
A coleta é feita nos boxes dos permissionários ou no mercado do produtor. Os produtos são então selecionados e separados para serem distribuídos entre creches, orfanatos, hospitais públicos e outras instituições assistenciais cadastradas, além das famílias que vivem nas proximidades.
Eles recebem todos os tipos de hortigranjeiros, em maior quantidade quando se trata de alimentos sazonais.
MODERNIZAÇÃO
O Banco de Alimentos da Ceasa foi reformulado pelo Governo do Estado no ano passado para ampliar o atendimento e reduzir o desperdício. A proposta é reforçar a capacidade de captação e aproveitamento dos produtos.
Frutas, verduras e legumes que já estão em processo de maturação são processados e embalados a vácuo, aumentando sua vida útil. Além de atender as instituições e famílias, será possível criar um estoque de alimentos para distribuir a municípios em situações de calamidade, por exemplo.
PRESENÇAS
Participaram do ato de entrega dos alimentos na Ceasa de Curitiba o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel; o deputado estadual Delegado Recalcatti; além de representantes de entidades filantrópicas e sindicais.