Duplicação da BR-469 é anunciada e ordem de serviço deverá ser assinada em setembro
A tão sonhada duplicação da Rodovia das Cataratas, a BR-469, num trecho de 8,5 quilômetros entre o trevo da Argentina até o portão do Parque Nacional do Iguaçu, vai deixar de ser promessa e tornar-se realidade. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (28) pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, e pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, durante a inauguração de obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e visita às obras da nova ponte entre Brasil e Paraguai.
Todos os entendimentos ambientais também já estão sendo discutidos para não ocorrer atraso no cronograma. A expectativa é que até maio seja liberada a Licença de Instalação do Ibama para a duplicação da rodovia, com o lançamento da licitação entre julho e agosto. A ordem de serviço deve ser assinada em setembro, com início imediato das obras e conclusão prevista até março de 2022. O investimento será de aproximadamente R$ 135 milhões. Desse total, 70% serão financiados pela Itaipu e 30% pelo governo do Estado, que deverá receber do Ministério de Infraestrutura a gestão da obra.
O ministro Tarcísio Gomes de Freitas destacou que o apoio de Itaipu tem sido fundamental para viabilizar grandes obras de infraestrutura, citando não apenas a duplicação da BR-469 como também a ampliação da pista do aeroporto (que deve ser entregue em abril de 2021) e a construção da nova ponte entre Brasil e Paraguai – todos com recursos da binacional. “São investimentos importantes porque vão tornar o aeroporto mais atrativo e impulsionar o turismo na região”, afirmou.
O governador Ratinho Júnior também agradeceu a atenção que o governo federal tem dado ao Estado e destacou a parceria com a Itaipu. Segundo ele, a gestão do diretor-geral Silva e Luna priorizou os investimentos em grandes obras de infraestrutura, beneficiando não apenas a região, mas todo o Paraná. “Talvez o principal projeto seja a ampliação do aeroporto”, comentou, “porque vai potencializar o turismo e atrair voos diretos dos Estados Unidos e Europa”.
Corredor turístico
A BR-469 é a única via de acesso às Cataratas do Iguaçu e ao Aeroporto Internacional e também o mais importante corredor turístico da cidade, onde estão concentrados alguns dos principais hotéis e atrativos. A falta de duplicação provoca congestionamentos constantes e prejuízos ao turismo. Em época de férias e feriados prolongados, as filas no local são quilométricas. A obra já chegou a ser anunciada há mais de 20 anos por vários governos, mas nunca saiu do papel.
Para o general Silva e Luna, a duplicação da BR-469 é extremamente necessária e complementa às demais obras de grande porte que estão sendo feitas em Foz do Iguaçu e região, com recursos de Itaipu. Os investimentos deixam legado para a população e garantem um novo ciclo econômico para toda a região.
O diretor-geral de Itaipu ressalta que os projetos financiados por Itaipu estão todos dentro do cronograma e serão entregues no prazo previsto. Ou, se possível, até antes. “Nada de promessas apenas no papel, as propostas têm que ser validadas na prática”, afirma o general, que repassou essa diretriz a toda equipe envolvida nos projetos. “Queremos que toda obra anunciada pela Itaipu seja executada e entregue à população.”
No caso da duplicação da BR-469, o projeto já existe e foi doado pela Itaipu. A revisão da proposta foi feita pelo Fundo Iguaçu, que recebe a taxa espontânea de visitação dos turistas que passeiam na Itaipu, no Parque Nacional e no Marcos das Três Fronteiras. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) delegou a obra ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
Austeridade
O investimento de Itaipu na duplicação da BR-469 será possível graças às políticas de austeridade, de readequação do orçamento e de combate ao desperdício. Com cortes de convênios, iniciativas e patrocínios sem aderência à missão da empresa, a nova Itaipu economizou R$ 600 milhões, sem aumentar um centavo o valor da tarifa de energia.
Uma das obras mais importantes é a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu, no bairro Porto Meira, e Porto Franco, vizinha a Ciudadel Este, onde está a Ponte da Amizade, que há anos não comporta mais o fluxo existente. A construção começou em agosto de 2019 e deve ser concluída em 2022.
Também estão nesta lista a ampliação do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, a conclusão do Mercado Municipal, uma série de melhorias de mobilidade, incluindo ciclovias, novo circuito turístico de Itaipu (fora da área da usina), modernização e ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, com mais leitos para o SUS, e muitas outras novidades.
Somente para a ampliação da pista de pousos de decolagens do aeroporto serão investidos R$ 55,5 milhões. Na nova ponte, mais R$ 323,7 milhões, além de outros R$ 139,2 milhões para a construção da Perimetral Leste, que vai permitir o acesso de veículos que saem do Paraguai e Argentina à BR-277.
Neste primeiro ano no cargo (completado dia 26 de fevereiro), Silva e Luna também reestruturou a gestão, com unificação do comando em Foz do Iguaçu, cidade-sede da usina, e está recriando um novo mapa estratégico, com foco na sustentabilidade da geração, que inclui tarifa fixa de eletricidade e readequação do orçamento de 2020.
A atenção especial é para não desperdiçar um só centavo com convênios, patrocínios e ações sem aderência à missão da empresa, que é “Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”.
Esta diretriz atende orientações do governo do presidente Jair Bolsonaro e obedece ao que está consagrado no artigo 37 da Constituição, que é um paradigma da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
“É o que chamamos de nova Itaipu prestando serviço para a população sem se descuidar da sua atividade fim, que tem garantido recordes de produção e de produtividade, com aproveitamento total da água para gerar energia”, explica Silva e Luna. Ele lembra que, ao longo de 35 anos e nove meses de produção, a usina cravou este mês a marca de 2,7 bilhões de megawatts-hora (MWh) de energia acumulada. Energia para iluminar o mundo por 45 dias.