Surto de sarampo no exterior reforça necessidade de manter vacinação em dia

A Secretaria Municipal da Saúde alerta as pessoas que têm planos de viajar para o exterior que estejam com a vacina de sarampo em dia, por causa da ocorrência de surtos da doença fora do Brasil.

O sarampo é um vírus com alto poder de contágio e a secretaria quer evitar sua reintrodução em Curitiba. “A vacina é a única medida preventiva e por isso é importante que todas as pessoas, antes de viajar para o exterior, confiram a carteira de vacinação. Em caso de dúvida, procurem o posto de saúde”, afirma o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Alcides de Oliveira.

Por causa dos feriados prolongados deste ano, o fluxo de viajantes brasileiros ao exterior aumenta. “Não podemos correr o risco de ter o sarampo de volta. Com a poliomielite foi assim: conseguimos a eliminação da doença, mas permanecemos em constante alerta para evitar o risco de reintrodução da doença no país”, conta Oliveira.

Onde tomar a vacina

As vacinas são oferecidas gratuitamente nas 110 unidades de saúde da Prefeitura em Curitiba. A imunização de rotina atualmente é feita com a vacina tríplice-viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) para bebês de um ano de idade, que tomam a segunda dose aos 15 meses. Pessoas de até 30 anos precisam tomar duas doses da tríplice-viral e quem já passou dos 30 anos deve ter pelo menos uma dose.

Embora eliminado no Brasil desde 2001, o sarampo é endêmico em nove países da Europa. No país, o último caso foi registrado em 2015, no Ceará. Em Curitiba, não há registros da doença desde 1998.

A preocupação é com a contaminação trazida de fora. Na Europa, foram 14.591 casos de sarampo entre janeiro de 2016 e julho de 2017. Mais da metade 64% (9.386 casos) foram notificados este ano, grande parte registrados na Itália (3.660), Romênia (1.844) e Ucrânia (943).

Também há notificações de surtos da doença em destinos como China, Indonésia, Laos, Mongólia, Filipinas, Sri Lanka, Vietnã e Tailândia (Ásia); Etiópia, Nigéria, Sudão (África). Nas Américas, foram confirmados casos de sarampo no primeiro semestre deste ano importados de outros continentes. Foram 119 nos Estados Unidos, 45 no Canadá e três na Argentina.

De julho a setembro, a Venezuela registrou 84 casos suspeitos de sarampo em Bolívar, estado que faz fronteira com o Brasil por Roraima. Destes, 34 foram confirmados, 42 seguem em investigação e oito foram descartados.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa aguda transmissível, de natureza viral, extremamente contagiosa. O vírus é transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções das vias respiratórias, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou mesmo respirar, por isso o elevado nível de contágio da doença. Caracteriza-se por febre alta (acima de 38,5°C), coriza, conjuntivite, tosse e manchas brancas na boca, com aparecimento de vermelhidão no corpo.