Nova planta recebe nome de servidor aposentado do Museu Botânico

Graças ao trabalho minucioso de Joel Morais da Silva, servidor aposentado do Museu Botânico Municipal de Curitiba, os pesquisadores da instituição descobriram uma espécie de planta endêmica do Estado do Paraná (encontrada somente por aqui), ameaçada de extinção. Após identificado o gênero, o exemplar ganhou o nome de Joel – Pleroma joelsilvae – e a chance de ser preservado no Jardim Botânico de Curitiba.

A exsicata (nome dado aos exemplares coletados nas expedições para pesquisa), uma das 11 mil coletadas pelo ex-servidor homenageado, estava nos arquivos do museu desde 2016, mas foi recentemente que ela chamou a atenção do pesquisador associado Fabrício Schmitz Meyer, especialista nesse tipo de planta, por estar sem classificação.

Depois de duas tentativas de ir até o local onde ela havia sido encontrada, às margens do Rio Iapó, no município de Castro, a equipe obteve sucesso. “Fomos atrás do habitat provável e encontramos os primeiros arbustos, era uma população bastante escondida e reduzida”, conta o curador do Museu, o pesquisador Marcelo Leandro Brotto.

Agora, a espécie tem uma nova chance de continuar existindo. Entre os planos da equipe do Museu estão novas expedições ao local para trazer sementes. Brotto explica que elas serão plantadas na coleção do Jardim Botânico destinada à preservação, a de Ameaçadas de Extinção.

Reconhecimento

Meyer destacou o grande mérito de Joel para que fosse possível conhecer e preservar a espécie. “Ele tem uma contribuição inestimável ao museu, com 39 anos de atividades, uma série de expedições, um olhar e uma disposição que nem todo mundo que vai a campo tem”, reforça. “Pode ser que ainda tenhamos surpresas das coletas do Joel já feitas e das que ele continua fazendo, mesmo aposentado, contribuindo com o acervo do museu”, completa.

Ele aprendeu ofício com Gerdt Hatschbach, fundador do Museu Botânico, lembra Brotto. “Ele continuou aqui e segue aplicando o conhecimento. Agora, o nome de Joel também está marcado na botânica”, diz o curador do museu, sobre a homenagem.

Feliz em continuar trabalhando na atividade e com o reconhecimento, Joel atribui a descoberta à experiência. “Nem imaginei que poderia ser uma espécie nova e, agora, em extinção. É bastante gratificante receber essa homenagem”, comemora.

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