Hospital Municipal do Idoso adapta televisão para levar novelas e videogame a pacientes

“Maria Bruaca é uma mulher durona, que sabe se impor”, diz a dona de casa Valéria dos Santos, 48 anos, internada no Hospital Municipal do Idoso. Ela fala da personagem da novela Pantanal, que assiste graças à “tevê itinerante”, um aparelho televisor adaptado a uma estrutura móvel que circula pela unidade.

O projeto foi idealizado para pacientes que passam por um longo período de internação e não podem se locomover, como Valéria. Ela está internada desde sábado (30/7), quando teve uma crise de hipertensão. Em recuperação, a paciente pôde voltar a ver a novela, mas pediu pela versão original, disponível no YouTube. “Eu gosto das duas”, reconhece.

Segundo a terapeuta ocupacional Daniele de Oliveira Caldo, a iniciativa está inserida no contexto do atendimento humanizado e impacta positivamente nos pacientes. “A gente quebra a rotina”, conta. Isso ajuda a melhorar a condição clínica, com reflexo no humor dos internados, que não veem apenas novelas durante a estada no hospital.

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Allan Lago Pinto, 22 anos, por exemplo, não imaginou que fosse conseguir jogar videogame no hospital. Ele foi internado sexta-feira passada (29/7), em razão de uma anemia profunda. Em fase final de recuperação, o rapaz aproveitou a tarde desta quarta-feira (3/8) para “matar” a saudade do console.

Entre os clássicos “Mortal Kombat” e “Mario Bros”,  Allan abre um sorriso: “Conheço vários desses jogos. Se deixar, passo o dia jogando.” O que parece ser um simples entretenimento é algo cuidadosamente planejado pelos profissionais da saúde para auxiliar o paciente a lidar com o ambiente e o dia a dia da internação.

“É uma forma de ajudar o paciente no manejo das emoções”, conta a terapeuta ocupacional Elaine Janeczko Navarro. Segundo ela, durante a internação é comum surgirem sentimentos de ansiedade e nervosismo. Ao realizar uma atividade que resgate o cotidiano, o paciente se “esquece” um pouquinho de que está em um hospital.

Há outras justificativas para o projeto. “Temos pacientes com dificuldade de visão ou audição. Por isso, nem sempre conseguem assistir à televisão do quarto”, relata a coordenadora da equipe multiprofissional, Regiane Borsato. O sucesso da iniciativa traz novos desafios: os internados já apresentam demandas por programas, séries e filmes específicos.

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