Estudantes vão representar Curitiba em torneio nacional
Três equipes formadas por estudantes da rede municipal de ensino de Curitiba vão disputar o Festival SESI de Robótica, que acontecerá de 17 a 19 de março, no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. A competição reunirá 84 equipes de escolas públicas e privadas de todos os estados brasileiros. O tema do torneio é Into Orbit (Em órbita).
Serão três competições diferentes: A First Lego League, a F1 nas escolas e a FTC, ou desafio tecnológico para jovens do ensino médio. Curitiba será representada pelas equipes Cyber Rex, dos estudantes da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag (Cajuru), Fusion Robôs, da Escola Municipal São Miguel (CIC), e Conectados, da Escola Municipal Coronel Durival de Britto e Silva, no Cajuru.
Os estudantes têm entre 9 e 16 anos e estão empenhados na apresentação dos projetos. “O incentivo em compartilhar o conhecimento sobre Ciências e tecnologias vem do que aprendemos em nossa escola que tem encaminhamentos diferenciados e nos insere em uma experiência de formação”, conta Henrique Hubner Maia, 13 anos, integrante da Cyber Rex.
A equipe trabalha no desenvolvimento de robôs e projetos no espaço maker da Escola Municipal Omar Sabbag. “Nas aulas de robótica eles são levados a ‘por a mão na massa’, usar imaginação e criatividade para buscar soluções e invenções que contribuam para um mundo melhor”, explica a professora e técnica da equipe, Liz Cavalcante.
A equipe criou o projeto Cyberboot Magnetus, uma bota com eletroímã e um componente eletrônico com resistência elétrica ajustável e uma luva magnética que auxilia na qualidade de vida dos exploradores espaciais. Os equipamentos foram desenvolvidos para dispensar os astronautas de usarem cordas, elásticos e coletes na hora de praticar exercícios, durante as missões espaciais.
Pesquisa e treino
As equipes Fusion Robôs e Conectados também têm dedicado as últimas semanas no aperfeiçoamento de seus projetos com muita pesquisa e treino.
O professor, José Ricardo Dolenga Coelho, técnico Fusion, explica que os estudantes se dedicaram a pesquisar formas de melhorar a questão do sono dos astronautas. “O estudo dos estudantes tem como base o uso de cromoterapia durante os momentos de descanso nas viagens espaciais”, afirma.
Atentos à questão da ansiedade dos astronautas, os estudantes da equipe Conectados criaram, em conjunto com o Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma microcápsula para reduzir os níveis de ansiedade. “Eles definiram este foco para o projeto depois de pesquisarem quais as dificuldades mais presentes durante as missões espaciais”, explica a professora Joselene da Costa Vaz.
“O problema que a gente identificou dessa vez foi o estresse excessivo dos astronautas e como solução criamos uma microcápsula de molécula (PHBV), contendo óleo essencial de lavanda”, conta a estudante Maria Eduarda Godinha, 15 anos. Ao entrarem em contato com a matéria orgânica as microcápsulas se abrem e espalham o conteúdo na pele e corrente sanguínea, auxiliando na diminuição dos níveis de ansiedade.
O torneio
O desafio da temporada, “Into Orbit”, explora a temática espacial, envolvendo satélites, comunicação, sobrevivência e aspectos psicológicos em que os astronautas estão sujeitos durante uma viagem espacial.
O torneio possui quatro tipos de avaliação: Projeto de Pesquisa para colocar as ideias no papel. Design do Robô para desenvolvê-lo. Desafio do Robô, quando a equipe tem de cumprir missões com o próprio robô. E por final, a Core Values, quando é avaliado o trabalho em equipe.
Rede Municipal de Ensino amplia projeto de robótica
No último ano, o projeto de Robótica Educacional desenvolvido na rede municipal de ensino de Curitiba teve a participação de aproximadamente 130 estudantes, de turmas de 6º ao 9º anos. Neste ano, a Secretaria Municipal da Educação investe R$ 650 mil em recursos para ampliar o projeto para 94 escolas.
As escolas vão receber novos kits de robótica, conhecidos como microduíno, que permitem a montagem de diversos protótipos e programação de robótica. A nova tecnologia será utilizada para ampliar as ações de pesquisa, ciência e tecnologia.
A coordenadora de Tecnologias Digitais e Inovação da Secretaria Municipal da Educação explica que com essa tecnologia é possível simular o funcionamento de máquinas complexas como navios, aviões, robôs, e tudo o que os estudantes puderem imaginar.
“São peças de fácil encaixe. Os itens vão enriquecer o material que as escolas já possuem para trabalhar com robótica”, explica Estela.