Em três anos, Prefeitura fez 105 mil abordagens a pessoas em situação de rua
De janeiro de 2017 a dezembro de 2019, a Prefeitura de Curitiba fez 105.184 abordagens sociais a pessoas em situação de rua. Em quase 64 mil atendimentos, as pessoas abordadas pelas equipes da Fundação de Ação Social (FAS) aceitaram atendimento e foram encaminhadas para as unidades onde há serviços como acolhimento, alimentação, higiene, atendimento médico, oferta de roupas, guarda de pertences e encaminhamentos para confecção de documentos. Quem decidiu voltar para os municípios de origem também recebeu passagem rodoviária para toda as regiões do país.
Apesar dos esforços dos educadores sociais de fazer com que as pessoas que se encontravam nas ruas se vinculassem aos serviços do município, em 41,2 mil abordagens sociais o atendimento foi recusado e elas preferiram ficar nas ruas.
Construção de vínculo
Em 2019 as equipes da FAS fizeram a maior parte de encaminhamentos após as abordagens sociais, que podem atender uma única pessoa várias vezes, inclusive no mesmo dia. Em 30.379 atendimentos as pessoas aceitaram encaminhamento. O número é quase 197% maior que o registrado em 2017 – no início da gestão -, quando as abordagens resultaram em 10.241 aceites de serviços.
Em 2018, as abordagens também tiveram resultados positivos, chegando a 23.372 encaminhamentos, mais do que o dobro do ano anterior.
Para o presidente da FAS, Thiago Ferro, os números demonstram o aumento da qualidade dos serviços. “A fundação ampliou o número de abordagens sociais ao implantar equipes de busca ativa, que percorrem a pé a região central da cidade, a procura de pessoas em situação de rua”, explica. O serviço também é realizado com veículos.
Além disso, Thiago destaca o trabalho insistente das equipes para a criação de vínculo com os usuários até que eles se sintam seguros e aceitem os serviços. “Nosso objetivo final é que todas as pessoas acompanhadas pela FAS alcancem a autonomia”, diz ele.
Mutirão social
Outro serviço criado pelo município que contribuiu para aumentar os encaminhamentos foi o Mutirão Social Curitiba Que Não Dorme. Realizado todos os meses, principalmente na Praça Rui Barbosa, a ação oferta serviços nas áreas da assistência social, trabalho, saúde, defesa social, proteção animal para os pets de estimação, além de atividades recreativas e culturais.
Desde que foi implantado, em setembro de 2018, quase 12.300 atendimentos foram feitos no mutirão social, onde as pessoas buscam os serviços espontaneamente.
Central 156
O presidente da FAS explica que grande parte das abordagens sociais é feita com base nas solicitações que chegam à Central 156, canal da Prefeitura de comunicação com os cidadãos. Em três anos, o número de pedidos que chegaram por telefone ou pelo aplicativo 156 – 67.823 protocolos – foram feitos por cidadãos que avistaram alguma pessoa em situação de rua ou pelos próprios moradores de rua que telefonaram para a Central pedindo auxílio.
“Incentivamos a população a ligar para a Central 156 para avisar que há alguém em situação de rua, principalmente no período de inverno, quando as temperaturas caem e existe o risco de morte”, explica Thiago.
As solicitações de abordagens para pessoas em situação de rua ocupam o quinto lugar das principais solicitações à Prefeitura de Curitiba e estão entre os serviços mais bem avaliados pelos cidadãos de Curitiba.