Educação amplia recursos para trabalho com robótica em mais 94 escolas
Em 2019, a Secretaria Municipal da Educação vai ampliar recursos e investimentos nas ações que envolvem robótica educacional. São R$ 650 mil em investimentos para que 94 escolas possam iniciar o trabalho com um novo kit de programação e robótica adaptável a sistemas e materiais de diversas composições. A nova tecnologia será utilizada pelas escolas para ampliar as ações já desenvolvidas.
O trabalho com a robótica educacional na rede municipal de ensino de Curitiba vai muito além da construção de projetos e programação de robôs. Em diversas unidades de ensino, são feitas ações e projetos que proporcionam um aprendizado prático, desenvolvendo no estudante a capacidade de pensar e achar soluções aos desafios propostos.
“À medida em que os currículos se tornam mais flexíveis para proporcionar momentos que buscam desenvolver a criatividade desde a primeira infância, cresce também o interesse dos estudantes e a necessidade da escola por atividades como eletrônica, robótica e programação”, disse a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila. “Dessa forma, é preciso encontrar maneiras para facilitar as conexões entre códigos e a aprendizagem concreta”, definiu.
A nova tecnologia adotada pela rede municipal para o trabalho com robótica inclui um conjunto completo de módulos, sensores e mecanismos, que pode ser utilizado para programação através de diferentes softwares e com benefícios de aprendizagem a todas as idades.
Na primeira etapa de implantação do Projeto de Robótica Educacional, as escolas receberão dez kits, conhecidos como Microduino, material didático, formação para os professores e acompanhamento pedagógico. As unidades que tiverem interesse em receber os materiais e participar do projeto devem reunir o Conselho da escola para validação e preencher o questionário disponível no site Cidade do Conhecimento.
O prazo para que as escolas enviem um projeto para uso do recurso é até 21 de dezembro por meio do formulário.
Para que o ensino da robótica seja de fato um diferencial na aprendizagem do estudante, o professor deve ter objetivos muito claros do que quer com essa metodologia, destaca Estela Endich, coordenadora de Tecnologias Digitais e Inovação da Educação.
“Muitas vezes a tecnologia é vista como um otimizador do tempo, mas é necessário pensar uma formação suficiente para que professor e estudantes construam e reflitam. A tecnologia não pode ser uma ferramenta para fazer o estudante aprender mais rápido; ela serve para dar autonomia, emancipação e estimular a criatividade”, apontou Estela.
Em relação ao material necessário, ela explica que existem no mercado diversos kits prontos de robótica, mas também é possível trabalhar com outros materiais, como a sucata, e montar kits próprios para privilegiar a construção de projetos em que os pequenos comecem a produção do zero. “Mas, para isso, o professor deve ter conhecimento técnico e saber com quais materiais deve trabalhar”, disse.
Apesar da importância da formação técnica, Estela ressalta que a formação pedagógica é essencial para o professor refletir sobre o verdadeiro papel do ambiente escolar.
“Não adianta adotar a tecnologia sem uma mudança de postura pedagógica”, afirmou. A coordenadora argumenta também que não é suficiente ter apenas um professor que entenda sobre robótica e tecnologia. “Assim ele vai trabalhar isolado e é importante que todos os docentes tenham contato para explorar a interdisciplinaridade e trocar experiências”, afirma Estela.