Curitiba registra menor número de homicídios em 11 anos, aponta relatório

Metade dos bairros de Curitiba não registrou nenhum crime de homicídio doloso (com intenção de matar) no primeiro semestre deste ano. Mantendo tendência de queda nessa modalidade criminosa, a capital fechou o período com redução de 14,12% no índice, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. As informações estão no relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). 

O número passou de homicídios dolosos caiu 177 para 152. Ainda segundo a Sesp, quando comparado ao ano de 2010, a redução é de 62% na cidade. Foram 404 homicídios dolosos no primeiro semestre de 2010 e 152 nos primeiros seis meses deste ano. 

A diminuição no número de assassinatos foi verificada inclusive em bairros que, historicamente, concentram um número maior de homicídios. No Tatuquara, por exemplo, o número caiu de 20 para 13. No CIC, de 36 para 29 e, no São Braz, de cinco para um. O mesmo aconteceu em bairros como Alto Boqueirão (de cinco para dois casos), Campo Comprido (de três para dois), no Campo de Santana (de quatro para dois) e no Ganchinho (de seis para três). 

Ao tomar conhecimento do balanço, o prefeito Rafael Greca enalteceu os trabalhos conduzidos pelo secretário estadual da Segurança Pública, Julio Reis, e pelo secretário municipal da Defesa Social, Guilherme Rangel. “Agradeço aos secretários Julio Reis, Guilherme Rangel e suas equipes pelo valoroso esforço. Estou recomendando que usem estes dados para a construção da nossa sonhada Muralha Digital”, escreveu o prefeito em rede social.

Integração

Na comparação com os resultados apresentados no País, Curitiba se destaca ainda mais, conforme ressalta o secretário da Defesa Social. “A gente consegue perceber que Curitiba tem um número bem reduzido de homicídios comparado com o restante do Brasil: ao passo que a média nacional é de 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, em Curitiba essa taxa é de apenas 18”.

A ação integrada e a troca de informações que ocorre entre as secretarias estadual e municipal são apontadas como fatores colaborativos para os resultados apresentados. “É fruto de um trabalho de integração entre as polícias Militar e Civil com a Guarda Municipal, ou seja, as administrações trabalhando mais próximas”, afirmou Rangel. 

“Também é fruto do trabalho de investigação qualificada na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa e de inteligência policial, colocando viaturas da Guarda Municipal e da PM nos pontos e horários mais sensíveis”, completou Rangel. Esse planejamento estratégico é definido pelas corporações com base no georreferenciamento dos índices criminais.

Uso e tráfico de drogas

O trabalho preventivo da Guarda Municipal para reprimir os microtraficantes no Centro da cidade, além de abordagens a pessoas usando entorpecentes em praças e parques, intensificado nos últimos meses, foi outra contribuição da administração municipal na área da segurança pública.

“Quando a gente combate o tráfico e o uso de drogas, a gente combate, de maneira indireta, os homicídios”, avaliou Rangel. De acordo com o secretário, em torno de 80% das mortes violentas têm algum vínculo com as drogas. “É comum que o usuário de drogas devedor do traficante seja assassinado, além de mortes em decorrência da disputa por pontos de tráfico”, definiu o secretário.