Cultura para além da dança – conheça mais sobre o Hip-Hop na Casa Hoffmann
Dança, cultura e história. Assim podem ser resumidas as aulas do Tentes Ver HipHop, da Casa Hoffmann, espaço da Fundação Cultural de Curitiba dedicado à dança, que ofereceu uma série de cinco encontros gratuitos para ensinar sobre esse movimento cultural.
O quinto e último encontro do Tentes Ver HipHop será nesta quarta-feira (23/2), das 15h às 16h30. São 15 vagas disponíveis para pessoas a partir dos 16 anos. As inscrições abrem 30 minutos antes do começo da aula – basta chegar e confirmar a presença e não é necessário ter participado das aulas anteriores para se inscrever, mas recomenda-se que os alunos vistam roupas leves (a prática é feita com o uso de tênis).
Ao longo dos quatros encontros neste mês de fevereiro, foram estudados os conceitos da dança Breaking, Locking, Popping e o House, todos relacionados com o Hip-Hop.
A última aula será uma prática para todos executarem as danças de uma forma livre, no chamado Freestyle – a partir de uma linguagem que foi ensinada durante a oficina, o aluno absorve essa linguagem e coloca sua identidade em um improviso.
Flávia Martins, professora das aulas de Hip-Hop, explica que os últimos meses têm sido de crescente audiência e interesse do público. Segundo Flávia, esses são espaços utilizados para explicar essa cultura, e que precisa ser vivenciada para ser entendida.
“O maior desafio com relação às outras danças é o preconceito por ser um movimento de rua. As pessoas precisam de abertura para vivenciar essa experiência para além da prática. Essa dança precisa de uma vivência corporal para entender sua essência. O Hip-Hop é para todo mundo”, disse a professora.
Imersão cultural
Para além de um estilo de dança, o Hip-Hop diz respeito a um modo de vida, e que também muda vidas, e contrapõe a desigualdade e o preconceito, e por meio da arte oferece oportunidades de colocar temas sociais em pauta.
Agenor Ventura é artista e um dos alunos das aulas de dança hip-hop. Ele conta que teve benefícios das aulas em sua vida profissional e pessoal, já que o conhecimento das técnicas corporais da dança acrescentou à sua bagagem artística – que está o ajudando a compor trabalhos -, e também serviu para entrar em contato com uma cultura nova e de seu interesse.
“Gosto muito da manifestação da periferia, que é uma cultura que precisa ser cada vez mais ouvida e respeitada. Ela traz o âmbito da igualdade que nós precisamos fomentar”, comentou o Ventura.
Um dos benefícios dessa prática é a imersão em algo que não é só uma dança, mas que também se desdobra em outros elementos, como o grafite e a música. É um pontapé para vivenciar outras coisas não só dentro de uma aula.
Para Camylla Graboski, aluna do Tentes Ver HipHop, as aulas mostram que, entre diferentes correntes e escolas, esse é um universo profundo, e a oficina é uma oportunidade para captar essa essência.
“Tem sido uma experiência muito rica e maravilhosa esse contato com o hip-hop, que tem uma liberdade e fluidez dos movimentos, ao mesmo tempo que tem uma disciplina que é muito gostosa de trabalhar. Eu sinto que meu dia fica mais feliz. Tenho vontade de continuar nas aulas e fazer outras aulas de dança aqui na Casa Hoffmann”, afirmou Camylla.
História do movimento
O Hip-Hop nasceu como uma festa, onde todos se encontravam e dançavam. Ele surgiu como um movimento político, que era contra a desigualdade social, entre outras coisas.
Ao longo dos anos, as danças urbanas sofreram influência e também influenciaram essa cultura. O Locking, por exemplo, é uma dança que já existia antes do Hip-Hop, mas que passou a fazer parte desse movimento por conta da linguagem afrodiaspórica que ele possui.
Outra dança que se misturou foi a Salsa, e deu origem a uma nova vertente, que foi ensinada na aula de segunda-feira (21/2) – o House Dance. O Breaking é outra ramificação, que também foi ensinada ao longo do curso, durante a primeira aula.
A evolução da dança e mistura com outros estilos culminou na cultura Hip-Hop como é conhecida atualmente, que possui quatro elementos principais: o Grafite, o MC, o DJ e o B-boy.
Teatro da Vila
No dia 9 de fevereiro, começou a nova edição do Laboratório de Danças Urbanas nos Bairros, com uma aula de Hip-Hop aberta para o público. A programação segue com outros estilos, que serão ensinados durante as próximas oficinas.
As aulas acontecem todas às quartas-feiras, durante a tarde, no auditório Tarcísio Meira do Teatro da Vila (Rua Davi Xavier da Silva, 451, CIC) – o mais novo espaço cultural público da cidade.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local, antes do começo da aula. Para participar, é preciso ter mais do que 7 anos de idade.
SERVIÇO
Tentes Ver HipHop
23/2 – das 15h às 16h30
Casa Hoffmann (Rua Dr. Claudino dos Santos, 58)
Grátis – inscrições 30 minutos antes da aula
16 anos
Laboratório de Danças Urbanas
Hip-hop no Teatro da Vila
Aulas grátis
A partir de 7 anos
Todas as quartas-feiras
No Teatro da Vila (Rua Davi Xavier da Silva, 451, CIC)
Grátis – inscrição antes das aulas