Agência europeia conclui que vacina de Oxford é segura
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu nesta quinta-feira (18/03) que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford é "segura e eficiente". O anúncio ocorreu após uma ampla análise sobre a possibilidade do surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados.
A diretora da agência, Emer Cooke, disse que o comitê que examinou o medicamento chegou a uma "conclusão científica clara". "Esta é uma vacina segura e eficiente. É benéfica em proteger pessoas da covid-19 e dos riscos associados de morte e hospitalização, e supera os possíveis riscos."
Nos últimos dias, autoridades em diversos países relataram o surgimento de coágulos em algumas pessoas vacinadas com o imunizante, o que levou vários governos europeus, incluindo Alemanha, França e Itália, a suspenderem a aplicação da vacina. A medida resultou em atrasos nas campanhas de imunização no continente, que já enfrentavam dificuldades.
A vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com Oxford foi aprovada pela EMA em janeiro.
Cooke afirmou, porém, que agência não conseguiu eliminar uma possível ligação entre a vacina e os incidentes com coágulos sanguíneos, e incluirá uma explicação sobre os potenciais riscos nos materiais de informação para os profissionais de saúde e nas bulas.
A EMA esteve sob forte pressão para esclarecer as preocupações de segurança em relação ao imunizante. A análise incluiu dados de 5 milhões de pessoas, incluindo 30 casos de desordens sanguíneas incomuns em cidadãos do Espaço Econômico Europeu (EEE), que abrange 30 países do continente. Em toda essa região, mais de 45 milhões de doses da vacina de Oxford já foram aplicadas.
OMS TAMBÉM RECOMENDA VACINA DE OXFORD
Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde também recomendou a utilização da vacina de Oxford. "A OMS estima que o balanço risco/benefício se inclina a favor da vacina da AstraZeneca e recomenda que as vacinas continuem" a ser administradas, diz um comunicado da agência da ONU.
De acordo com a entidade, as vantagens do uso da vacina "são maiores que os riscos". A OMS diz que é comum o registro de efeitos adversos em pessoas que recebem doses de algum dos tipos do medicamento, "o que, não necessariamente, significa que estejam relacionados com a imunização".
As dúvidas sobre o agente imunizante da companhia afetavam em especial a OMS, já que a maioria das doses distribuídas até o momento pelo programa Covax foi produzida pela AstraZeneca.
Desde o fim de fevereiro, a iniciativa e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) distribuíram cerca de 230 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca em 140 diferentes países.
Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Holanda, Islândia, Irlanda e Bulgária suspenderam o uso do imunizante. Muitos desses países aguardavam as conclusões das avaliações da EMA para possivelmente retomar as aplicações da vacina britânica.