Adolescentes projetam um dispositivo de alerta para enchentes

Em muitos casos, a solução para problemas complexos pode partir de ideias simples. Seguindo essa lógica, quatro jovens da Regional CIC desenvolveram um conceito que pode mudar a vida de inúmeras pessoas: um sensor que alerta a população sobre a possibilidade de enchentes.

O projeto surgiu durante uma maratona de desenvolvimento tecnológico destinada a adolescentes, conhecida como “hackateen”, que faz parte do hackathon Nasa Space Apps Challenge 2019, realizado em outubro em Curitiba. Na maratona, os participantes teriam dez horas para criar um conceito, construir um protótipo e apresentá-lo a uma banca, que avaliaria seu potencial.

Os adolecentes foram premiados na maratona. A líder do projeto, Raphaela Souza Gomes, 16 anos, conta que a equipe teve a ideia por se tratar de um problema muito presente na realidade delas.

“Conhecemos pessoas que sofrem com enchentes e sabemos que, muitas vezes, as consequências são evitáveis. Por isso decidimos abordar essa questão no nosso projeto”, comenta Raphaela.

Como funciona?

A ideia é que o sensor seja instalado em diversos bueiros e emita um alerta caso o escoamento seja bloqueado. O alerta chegaria  por meio de um aplicativo, também desenvolvido pela equipe, para a população e as autoridades locais. Assim, seria possível desentupir o bueiro antes de a situação alcançar um nível crítico.

Para evitar alarmes falsos, como a passagem de animais pelo sensor, o alerta é enviado após três segundos da detecção de possibilidade de enchente.

Além de Raphaela, a equipe também conta com Joana Alferes, responsável pelo design do aplicativo, Ana Júlia Martins Alves Horstmann, que cuidou da programação do protótipo, e Helena de Oliveira Rocha, autora do design do sensor. Todas as jovens tem entre 14 e 16 anos.

Educando para o futuro

A elaboração do projeto, desde a concepção da ideia durante o “hackateen” até os estágios mais recentes, foi possibilitada pelo Instituto WAAS (We Are All Smart), um braço do Instituto Robert Bosch, conhecido por proporcionar educação tecnológica voltada para jovens.

Uma das fundadoras do Instituto WAAS, Arlete Scheleider, destaca que o papel da entidade é democratizar o acesso à tecnologia.

“Queremos empoderar essas jovens e desmistificar a ideia de que trabalhar com tecnologia é algo fora do alcance delas. É uma forma de inseri-las na indústria e ajudá-las a crescer”, comenta Arlete.

O Instituto Robert Bosch promove diversos cursos e oficinas focados em diversas áreas da tecnologia como engenharia, programação e matemática. Mais informações sobre a organização podem ser encontradas no site do Instituto Bosch.