Itaipu e Eletrobras visitam obras do projeto de revitalização do sistema HVDC
O presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, e o diretor técnico executivo da Itaipu Binacional, Renato Sacramento, acompanhados de gestores e equipes técnicas, visitaram na última sexta-feira (4), na Subestação de Foz do Iguaçu (PR), as obras da revitalização do sistema de transmissão em Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC, na sigla em inglês).
O objetivo da visita foi conhecer as etapas do projeto e o avanço das obras, que começaram em janeiro de 2023 e tem previsão de entrega da primeira etapa para dezembro de 2024. Ainda na sexta-feira, Monteiro reuniu-se com o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri. A Binacional é responsável pelos recursos financeiros do projeto.
“Essa obra é importante porque vai garantir maior segurança energética e confiabilidade ao sistema elétrico brasileiro”, afirmou Verri, ao lembrar que o sistema HVDC é responsável por levar parte da energia de Itaipu aos principais centros consumidores do Brasil, especialmente do Sul e Sudeste.
Ivan Monteiro disse que ficou satisfeito com o andamento dos trabalhos e destacou a colaboração entre as equipes técnicas de Itaipu, Eletrobras e da CET Brazil, empresa contratada para a implantação do projeto. Segundo ele, “isso é fundamental para que tenhamos essa implantação com maior sucesso, o mais rápido possível e com toda a segurança”.
O presidente da Eletrobras também agradeceu a participação de Itaipu no empreendimento. “Não só pelo financiamento, que é muito importante, mas a colaboração em todo o projeto.”
Ivan Monteiro e Enio Verri. Foto: Sara Cheida/Itaipu.
De acordo com Renato Sacramento, um dos principais objetivos da Itaipu ao participar do empreendimento é garantir maior modicidade tarifária ao consumidor brasileiro. Ele mencionou que o HVDC é dedicado à Itaipu e o consumidor já paga uma tarifa para remunerar o sistema. “A participação de Itaipu no projeto permite que o sistema seja revitalizado e esse novo custo não seja repassado para o consumidor final.”
O diretor também elogiou o ritmo dos trabalhos, inclusive com a antecipação de algumas etapas. “Isso garante que nós teremos o projeto em pleno funcionamento dentro dos prazos previstos, aumentando a confiabilidade do sistema brasileiro. Especialmente nesse momento que a geração de Itaipu é muito importante para o atendimento da demanda nos horários de pico”, pontuou.
Também participaram da visita técnica o vice-presidente de Engenharia e Expansão da Eletrobras, Robson Campos, a diretora de engenharia de Transmissão, Luciana Martins, e o diretor de produção sudeste, Francisco Arteiro.
Sobre o HVDC
O sistema HVDC tem aproximadamente 800 km e conecta as subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna (SP). Ele é responsável pela transmissão da energia produzida pela Itaipu em 50Hz (frequência utilizada no Paraguai) e que não é consumida pelo país vizinho.
A revitalização é resultado do convênio firmado entre Itaipu e Eletrobras e prevê o investimento de R$ 2 bilhões. É a primeira obra de grande porte no sistema desde o início da operação, há 39 anos. O cronograma prevê trabalhos até 2026, além da operação assistida, de 2027 a 2029. Inclui a substituição dos principais componentes do Bipolo 1, nas subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna, além dos sistemas de supervisão, proteção e controle dos Bipolos 1 e 2.
Dentre os equipamentos a serem trocados estão válvulas, sistemas de resfriamento, buchas de parede, sistema de medição, para-raios, seccionadoras, disjuntores, filtros e reatores.
Na visita de sexta-feira, os técnicos acompanharam os trabalhos no Conversor 4, que sofreu um incêndio em abril de 2023 e por isso teve a revitalização priorizada. No local, já foi concluída a entrega de válvulas e do revestimento.
O gestor do convênio pela Itaipu, Dicésar Vidal Donato, chefe da Assessoria de Planejamento e Coordenação da Diretoria Técnica (PC.TE), explicou que, além do aporte financeiro, a empresa acompanha a execução do projeto e a aplicação dos recursos para a correta prestação de contas. “A interação das equipes, agora no início do convênio, é muito grande e a experiência tem sido muito positiva”, afirmou.