Saúde convoca Comitê Municipal para tratar sobre a dengue
O Comitê Municipal de Resposta às Emergências em Saúde Pública (Comresp) se reuniu na manhã desta sexta-feira (8/2) para tratar do enfrentamento da dengue em Curitiba. Participaram da reunião, convocada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, cerca de 70 representantes de 19 entidades de organizações públicas e privadas de interesse à saúde.
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A secretária municipal da saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, o diretor do Centro de Epidemiologia, Alcides Oliveira, a médica infectologista Marion Burger e a coordenadora do programa municipal do controle do Aedes, Tatiana Faraco, expuseram o atual cenário e perspectivas de casos da dengue em Curitiba; as ações de organização da assistência e de prevenção desenvolvidas pelo município e, por fim, a importância da mobilização da sociedade na adoção de medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Situação atual
De acordo com o último boletim do município, foram registrados 208 casos de dengue em janeiro de 2024 em Curitiba. Do total, 23 são autóctones, ou seja, a contaminação ocorreu na cidade. Os outros 185 foram importados.
O número é oito vezes maior na comparação com janeiro de 2023, quando foram registrados 25 casos, todos importados. O ano passado inteiro teve 35 casos autóctones. Agora, em apenas um mês, o município contabiliza mais da metade das contaminações locais do ano anterior.
De acordo com os especialistas da SMS, os meses mais críticos da dengue são março, abril e maio.
“Por isso a necessidade de nos prepararmos. Já estamos batendo todos os nossos recordes de série histórica e deve piorar”, explicou a secretária. “A nossa realidade será pior quanto menos nos dermos conta da realidade que estamos vivendo. E todos precisam fazer a sua parte”, completou.
Segundo Tatiana, quase 70% dos focos do mosquito da dengue estão nas residências, sendo os campeões: os depósitos de armazenamento de água no solo, pequenos depósitos móveis (como tampas de garrafa, por exemplo) e entulhos.
Serviços privado de saúde
Durante a reunião do Comresp, a SMS alertou, ainda, sobre a necessidade de acompanhamento dos pacientes atendidos por cada serviço de saúde, o que vale também para a saúde suplementar e particular.
“O serviço de saúde que atendeu precisa acompanhar e avaliar esse paciente novamente entre o quarto e o quinto dia, que é quando a doença, mesmo com sintomas até então leves, pode começar a agravar”, explicou Marion.
A médica reforçou os sintomas que são sinais de alerta para o agravamento da doença: dor abdominal e vômito. “Isso pode acontecer, entre o quarto e o quinto dia, quando cessa a febre e há uma falsa sensação de melhora”, explica. “Quando parece que está melhorando, piora”, diz.
Além de ficar atentos a sinais de agravamento da doença, reforçou-se a necessidade para que os pacientes com suspeita de dengue sejam orientados ao uso de repelente nos primeiros sete dias da doença. O uso de repelentes nesse período visa afastar o risco de contaminação dos mosquitos e retransmissão da dengue na região onde a pessoa vive.
A SMS também reforçou a necessidade da notificação dos casos suspeitos de dengue pelos serviços de saúde, de forma ágil, para que as medidas de bloqueio ambiental possam ser desencadeadas no entorno da residência do paciente, evitando a proliferação de mosquitos contaminados.
“É importante que o telefone e o endereço desse paciente sejam passados o mais breve possível, para que as ações possam ser desencadeadas”, disse a secretária. A orientação é que o serviço de saúde preencha a ficha de notificação e envie para o distrito sanitário do local em que atua.
Presenças
Além da equipe da SMS, participaram da reunião representantes dos seguintes órgãos: Conselho Municipal de Saúde; secretarias municipais de Defesa Social e Trânsito, do Meio Ambiente e de Segurança Alimentar e Nutricional; Fundação de Ação Social; secretarias de Estado da Saúde, da Agricultura e do Abastecimento e da Educação; Universidade Federal do Paraná; hospitais Santa Casa de Curitiba, Cajuru, Marcelino Champagnat e Pequeno Príncipe; Conselho Regional de Farmácia; Conselho Regional de Enfermagem do Paraná; Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná; Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná; Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná; Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná.