Aos domingos de manhã
Cheiro de café e barulho de carros de corridas na pista. Quem gosta de Fórmula 1 é feliz aos domingos de manhã. Pensando nisso e comendo a mini torta de limão que minha irmã fez para mim… Acendi um debate interno – quando somos realmente felizes?
Quem gosta de futebol paranaense está ansioso com o atletiba de hoje. E mais tarde, estará feliz com uma cerveja em frente à televisão ou ao rádio. Porque não existe nada mais emocionante do que ouvir jogo de futebol na rádio. A narração, os elementos surpresa, você não estar vendo e depender de outra pessoa para te contar. O só ficar imaginando.
Ir ao Mc Donald’s e perceber que existem lugares onde a classe social parece não se evidenciar me deixa feliz. Todos felizes com seu pão carne e queijo. Ser feliz não é lá tão difícil. Estar com o cabelo e o rosto bonitos e encontrar na rua aquele cara que não me deu bola aos 16 anos. Colocar um som bem alto e dirigir cantando na estrada, indo para a Lapa ver meus avós. Contar uma história para a minha filha e ela se interessar verdadeiramente. Pensar que existe Rivotril, celular, chocolate e anestesia. Comer a coxinha de frango com catupiry da Dois Corações, no centro. Ficar no mar da praia mansa tomando sol, em Caiobá. Passar o ano novo em Caiobá ou com a minha família no Egito. Assistir filme 3D tomando Aperol no Cinépolis. Viver um intenso primeiro ano de namoro. Dormir na casa do namorado e ir embora com as roupas dele. Usar óculos novos e conseguir enxergar o mundo com nitidez.
A felicidade pode ser uma coisa presa nos pequenos detalhes. Assim. Quem gosta de Fórmula 1 é feliz aos domingos de manhã. Com cheiro de café e barulho de carros na pista. Hoje tem atletiba e radinhos de pilha. Jogaço. Concentração de mais pessoas felizes por metro quadrado em Curitiba.
E eu sou feliz aqui, com a Nespresso com uma grande reserva de cápsulas, torta de limão e o perfeito casamento entre cara de sono e cabelo bonito.