O Algoz do Porto de Paranaguá e o beijo do diabo
Judas traiu a Cristo com um beijo. A traição, históricamente no mundo machuca mais quando vem de dentro, o chamado fogo amigo. Se um beijo de Judas já causou estrago, imagine o beijo do diabo. Antônio Gebran Sobrinho, diretor proprietário da Folha do Litoral, atraiu os coordenadores da campanha de Ratinho Júnior para o seu jornal e deu o beijo, que custaria caro, muito caro em um futuro não tão distante. O governador Ratinho Júnior saiu de sua costumeira tranquilidade e cordialidade, ao saber ontem quem foi o algoz que propiciou a decisão da Justiça que afastou o Diretor Financeiro do Porto de Paranaguá e Antonina, Luiz Fernando Gaspari de Oliveira Lima, homem de confiança da família do governador há anos.
Trata-se de Antônio Gebran Neto, diretor do Jornal Folha do Litoral News, auto intitulado também Diretor do Grupo de Coalizão, uma organização que pretende exercer um comando paralelo na APPA. Gebran é ligado ao Diretor da poderosa TCP, Juarez Moraes e Silva, organizador do Grupo.
A situação ficou fora de controle e o Palácio Iguaçu deve reagir de forma severa, inclusive contra esse chamado Grupo de Coalizão, que tenta tomar a APPA.
Outro que deve perder o cargo é Élcio Nagel, que também procurou a justiça para jogar lenha na fogueira contra o Diretor diz Porto. A frase que mais se ouvia era a que “Amigo de meu inimigo agora é também meu inimigo”. A chapa vai esquentar. O afastamento de Gaspari aconteceu atendendo um pedido liminar elaborado pela 4ª Promotoria de Justiça de Paranaguá. O MPPR sustenta que a nomeação, efetuada em janeiro deste ano pelo executivo estadual, ocorreu de forma indevida, visto que o agente teve as contas julgadas irregulares em gestão de órgão público que dirigiu anteriormente, além de ter trabalhado na campanha eleitoral do atual governador. A chave para o afastamento do diretor do Porto foi o depoimento de Gebran Sobrinho no Ministério Público. O principal objetivo do proprietário da Folha do Litoral é assumir uma direção no Porto para operar de dentro o projeto da Coalizão. A sentença foi proferida pelo juiz Rafael Kramer, o mesmo que aliviou para a Folha do Litoral uma liminar de um caso de mais de R$ 700 mil em mídia sem contrato realizado entre a Folha do Litoral e a prefeitura de Paranaguá. O mérito do caso está na mesa do mesmo juiz, conhecido por sentenças brandas para políticos do litoral.